Andanças/3
Helena sonhou que telefonava para Pilar e Antonio, e eram tantas as vontades de dar um abraço nos dois que conseguia trazê-los da Espanha pelo aparelho. Pilar e Antonio deslizavam pelo telefone como se fosse um tobogã, e caíam, suavemente, em nossa cada de Montividéu.
Nós sabemos exatamente de quem se trata, de que exílio se fala, de que saudade anuciada se telefona.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
terça-feira, 24 de agosto de 2010
terça-feira, 29 de junho de 2010
Quando anda descalça ela sente a delícia do chão.
Ela não precisa saudar o sol pra ter um dia decente. Ou não precisa ter uma voz de eucalipto pra ser passarinho. Acho até que as minhocas não tenham um gosto exato e que os passarinhos não tem mau hálito. Eles não falam mal de ninguém, belo hábito.
Mas bem, ela.. Ela acorda tarde, mas quando acorda.. faz existir ali uma experiência do arabesco. Ela, quando beija, parece ter acabado de acertar o primeiro pénalti das quartas de final, de tamanha dedicação no beijo acontecido.
Ela quer dar nome de pedra na filha. Tem mais poesia que isso? Tem mais poesia que explicar a regra do catetos na sexta série pra Rubi?
Há mais beleza no mundo quando se pretende ser efêmera.
Há mais graça na pele quando a nudez é bem resolvida.
Existem guitarras mais bonitas que as beges.
Eu vi uma cor de kani, que porra... Deu uma vontade de comer sushi e ouvir Led Zeppelin ao mesmo tempo.
Isso nunca tinha me ocorrido antes.
Mas bem, ela.. Ela acorda tarde, mas quando acorda.. faz existir ali uma experiência do arabesco. Ela, quando beija, parece ter acabado de acertar o primeiro pénalti das quartas de final, de tamanha dedicação no beijo acontecido.
Ela quer dar nome de pedra na filha. Tem mais poesia que isso? Tem mais poesia que explicar a regra do catetos na sexta série pra Rubi?
Há mais beleza no mundo quando se pretende ser efêmera.
Há mais graça na pele quando a nudez é bem resolvida.
Existem guitarras mais bonitas que as beges.
Eu vi uma cor de kani, que porra... Deu uma vontade de comer sushi e ouvir Led Zeppelin ao mesmo tempo.
Isso nunca tinha me ocorrido antes.
Andar de meia também dá barato nela.
sábado, 8 de maio de 2010
Judeus e eu
Existe em minha casa uma sensação chamada Esperança. A vontade dela (pois é uma sensação cheia de vontades) é ganhar o planeta, ganhar um trabalho que lhe pague o ócio, ganhar um coração vermelho e cheio.
Existe nessa mesma casa uma árvore que dá romã. Judeus e eu acreditamos que a romã na virada do ano contribui pra que o próximo seja melhor do que o que vai embora. Eu também chamo isso de Esperança. Não sei os Judeus.
Existem também os seres florestais, as cantoras de jazz. Devem existir trocentas sensações esperançosas, quatrocentas certidões de Esperanças. Mas é só do ser de luz que habita as dependências da minha casa em quem eu penso quando eu leio poemas que tragam a sensação "Esperança" embutida. Quando eu penso que eu quero ver o rio se dissolver no mar do Egito. Quando eu quero sentir o destino dos ventos. Quando eu me entendo nesses textos e penso nos que não se entendem nos seus textos e sonhos.
Esperança Feitosa da Costa* é a pessoa mais bruta** que eu tive a oportunidade de conviver.
Mais bruta que qualquer trovoada seca.
O mar se disolve com o Rio e os pássaros da região, evidentemente, celebram.
*nome abolutamente fictício para melhor preservação da personagem citada;
**é necessário a reflexão sobre a essência da palavra "bruta".
segunda-feira, 12 de abril de 2010
aumentar nitidez
eu, que ainda moro nessa mesma rua, que já pedi o pouco, perdi o muito e ganhei um cisco, quero só abraçar o que for maior que um jacarandá de 156 anos. quero só comer até ter azia em sonho.
só me despedaçar de pouquinho com cada estrada. viver tanto quanto baratas.
aprender com as formigas. pero no mucho, sola.
sábado, 27 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
há dias
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
a tragédia da cor
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
eu só pretendo um dia ter uma retina reflex,
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