segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Garçon, você aí, de novo...

- ...mas e se a vida só se fez de louca?
- então, conhaque pros valentes, menina.


(deus, eu passo sete dias úteis traçando nove dias fúteis.)

sábado, 28 de novembro de 2009

Garçon,

um copo de vida sem caos, por favor...

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

a menina que fuma sabão não chora mais.




ela vibra e sopra o clichê, o salmão, o tripé.

sábado, 7 de novembro de 2009

tô sentindo aquilo que senti naquele dia em que nós dois sentimos a vontade sincrônica de distribuir boa tarde a estranhos e esquisitos gratuitamente.

a bobagem assola, a duna inunda, e a palavra mais bonita desses dias ser alumbramento.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

astigmatismo meu


- qual o grau de miopia necessário pra este dia acabar de jeito bom?

- apenas um a menos que te impeça de seguir nessa coleta de acidentes, e paixão...
(son antes)

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

suerte'

confundindo as estações, pensei, na verdade estava certa que era aquele outubro lindo do Rio, e fui gastar ruas, viver esquinas.
consegui sonhar de olhos abertos pro mar, e sonhei com uma flor que dizia nossos nomes, e que de algum meio, conseguia soltar as palavras pela água e quem bebiam nossos nomes eram os passarinhos madrugadores, esses mesmos que nos acordam cedo nos dias que dormimos tarde.
e com esse sonho acordado, com a chuva chovendo na estação correta, eu tive a sorte de ver a gente dentro da minha cabeça. de que a gente não é nuvem nem espelho, de que a gente armou demais as palavras e que o nosso amor é amor comum.

no dia que a cidade de espreguiçou gostosa e divagar, eu vi a gente no meio do mar.
a gente é bonito.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

ou tequilas, ou três, quatro cubas

é melhor dizer:
-amor, acabou a cerveja
do que chorar:
-cerveja, acabou o amor

juro.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

ou mais ar


ou nadar nadar num mar com água quente. é urgente sentir gente ao lado ou mais ar ou um mar com água quente.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

que eu nunca desmaie, que demore o des-maio


na selva de pedra, vamos nós dois ao parque lage. só porque lá tem aquele ar de quase-praça dos tempos em que namoravam em praças. lá é o que eu chamo de romântico, apesar do stallone gravar pelo jardim. vou poder desaguar e falar e falar. sobre o "bar buda" que a gente vai abrir com o lucro dos livros ou dos filmes. de como a chuva cheira diferente no Rio, entre as pedras, o cimento e o mar. se perguntar o por quê de só ver bidê funcionar na casa das nossas avós. e de como, nesses dias de solidão, seria bom trabalhar num call center de uma empresa bem escrota, para que na confusão do dia-a-dia a gente pelo menos escute a nossa própria voz.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Hoje é terça-feira,

e a sensação é de estar tão pesada quanto as pedras nos bolsos de Virginia Woolf.
"é chegado o momento de encarar as horas!"


segunda-feira, 18 de maio de 2009

ela já atravessou todos os oceanos do mundo


e depois de querer ser magnólia, tentar ser bicicleta em copacabana, hoje só tem treinado ser chuva e cor.

domingo, 17 de maio de 2009

eu sou o sol em cartão postal


minha distância não é fácil de dissimular. a falsa falta de verborragia se encontra com um jeito torto um afastamento. não é por mal, não. talvez seja pela praia, que é também chamada de convite aos livros semi-lidos. podem ser os ais e os hão de ser da cidade e seus cinemas. ou pode ser, vagamente, uma toca que me meto, que eu enrolo no pescoço de tricô, de vento frio, joelhos dolores e saudade comprimida.
salvo o falso moralismo, sigo de passagem e sigo bem. divagar sobre o "sinto falta" não amadurece nem rejuvenesce, só dói. então, estanco.
do instinto viajante de passagem que me cerca, ainda me cora o peito não alcançar/tocar o singelo e branco atébreve.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

pedaço de carne cercado de água por todos os lados


assusta a vontade de te ter, e de te falar do teatro que eu começo terça e do ar rarefeito quando eu subo até a cobertura.
quero te parar por uma tarde, te mostrar um quadro do Klee e perguntar: "- o que te dá?"


nada disso, em nenhum que seja qualquer instante,
me des-ilha.

domingo, 8 de março de 2009

soy boi


cows don't have a caos.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

dolores duran

eu tenho estado distante de computador, som ou tv na minha casa. porque tenho dedicado meus olhares todos ao quarto, ao espaço preenchido e esgotado do meu quarto. têm a coleção de canecas, os livros, os discos, os filmes e a disputa de saudosismo. tento pesar mentalmente e sentimentalmente cada objeto, e penso em encaixar em malas e caixas de papelão os que pesarem mais, nos dois quesitos. e sei que o peso substancial é menos relevante.
quero carregar minhas pessoas na forma dos meus objetos. e é uma dor sem tamanho despersonificar todas elas.
seus cheiros e falas tento encontrar nos papéis e cds.

carioca 1.954

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

lacuna

sei que só sei dirigir com pressa e com a mão cortando o vento, pra assim pensar em idéias. no quanto eu não escrevo mais é sempre uma frequente que me passa, e assim certificar que eu não escrevo mais porque só penso no que escrever enquanto dirijo.
o inferno é eterno e virar a chave é esquecer.

como se morrer fosse desaguar

num cheiro vermelho, eu sinto o amor como escudo. esperei por muita calmaria para deixar de senti-lo com um gosto branco-sem-sal.