Existe nessa mesma casa uma árvore que dá romã. Judeus e eu acreditamos que a romã na virada do ano contribui pra que o próximo seja melhor do que o que vai embora. Eu também chamo isso de Esperança. Não sei os Judeus.
Existem também os seres florestais, as cantoras de jazz. Devem existir trocentas sensações esperançosas, quatrocentas certidões de Esperanças. Mas é só do ser de luz que habita as dependências da minha casa em quem eu penso quando eu leio poemas que tragam a sensação "Esperança" embutida. Quando eu penso que eu quero ver o rio se dissolver no mar do Egito. Quando eu quero sentir o destino dos ventos. Quando eu me entendo nesses textos e penso nos que não se entendem nos seus textos e sonhos.
Esperança Feitosa da Costa* é a pessoa mais bruta** que eu tive a oportunidade de conviver.
Mais bruta que qualquer trovoada seca.
O mar se disolve com o Rio e os pássaros da região, evidentemente, celebram.
*nome abolutamente fictício para melhor preservação da personagem citada;
**é necessário a reflexão sobre a essência da palavra "bruta".
6 comentários:
olá! te "encontrei" no blog do joão (no caso, bendita globalização) e tô aqui, me deliciando com sua colcha de retalhos... parabéns! obra redonda...
que delícia de texto. cê conseguiu imprimir uma ingenuidade tão pura no começo e dá aquela quebrada crítica no final.
estranhamente, me remeteu a ilha das flores. a menção às coisas e como elas se interligam.
bravo!
Vamo ver o rio Nilo então?
Liv.
Que lindo ler esperança assim, e lá eu tô falando de fé, que também deve habitar um lugar bonito por aqui..
Esperança esteve aqui em casa também, com outro sobrenome. Vai e vem que nem ioiô, daqueles que por vez você segura, outras deixa escapar e algumas agarra com força.
bruta, da mesma raiz da rude e secreta beleza dessa cidade, mãe da minha esperança particular [que há tempos não vejo]
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