Siberia e Casa da Onça, maio e agosto de 2020.
pela primeira vez na história da minha vida eu me vejo todo dia
ver mesmo, se buscar, se enxergar
tô falando do espelho de uma motocicleta que eu encontrei na rua e pus diante da minha mesa de trabalho
mas também tô falando de me negociar
me analisar
todos os dias eu tô falando em voz alta sozinha
dançando sozinha
chorando sozinha
regando minhas plantas
e gostando de me ver dançar, chorar, falar, cantar, tocar sozinha
eu tenho me tocado e visto minha sombra se movendo no meu clímax
é lindo
como esse mundo escroto me afastou tanto de mim?
esses homens, culpas, vergonhas
que tempo desperdiçado
de me conhecer
que prazer me conhecer
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